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Que Zika, hein !!!


Temos mais um motivo de preocupação para nossa saúde. Agora, além da dengue que nos ameaça com mais força para o próximo verão, teremos a iminência da chegada do chikungunya, e a previsível circulação do zika vírus, primo-irmão desses dois. Esse vírus foi descrito pela primeira vez em 1947 na Floresta de Zika do país africano Uganda. Vindo de macacos, adaptou-se muito bem ao ser humano. Viajou para as ilhas do sul do Pacífico por meio do seu vetor, nosso conhecido mosquito Aedes aegypti, mesmo vetor da dengue. Tudo leva a crer que entrou no Brasil em agosto de 2014.

Nos meses de fevereiro e março de 2015, foram relatados casos de pessoas com doença semelhante à dengue, com febre moderada, manchas de pele e coceira, conjuntivite e dores articulares. Em cerca de três a sete dias, esses sintomas desapareciam. Pesquisas mostraram que a enfermidade era causada por um novo vírus, o zika, e que apenas duas em cada dez pessoas infectadas apresentavam as manifestações da doença. As outras oito permaneciam completamente assintomáticas.

Em outubro deste ano, no Estado de Pernambuco, 29 recém-nascidos, de mães que durante a gravidez apresentaram os sintomas, nasceram com diminuição das medidas do crânio, ou seja, microcefalia. O fato chamou a atenção dos pediatras e, a partir de outubro, outros Estados do Nordeste notificaram a mesma anomalia em alguns bebês. O zika vírus foi isolado do líquido amniótico, e o Ministério da Saúde, em 28 de novembro, reconheceu oficialmente que havia ligação entre a microcefalia e o vírus.

Pela primeira vez essa relação foi observada. Também apareceram casos de paralisia muscular em pernas e coxas de adultos, devido à reação do organismo ao ataque do vírus. Hoje no Brasil já foram reconhecidos mais de 2.500 casos de microcefalia em mais de 550 municípios.

Portanto, o Brasil enfrenta uma epidemia do zika vírus. Apesar da transmissão ser similar a da dengue, acredita-se que durante a manifestação dos sintomas, o vírus também pode ser transmitido pelo sangue ou pela relação sexual. Por este princípio, também poderia ocorrer na amamentação.

A região Nordeste é a região mais afetada pelo surto de microcefalia. No Brasil todo existem relatos de casos de microcefalia em mais de 14 Estados, potencialmente associados ao zika vírus.

Por se tratar de uma doença nova, a medicina ainda não tem respostas para muitas perguntas, e por isso devemos concentrar nossos conhecimentos na prevenção, impedindo a proliferação do mosquito ao nosso redor. Usar repelentes que contenham o DEET e a Icaridina, proteger as janelas com telas e mosquiteiros nas camas, vestir roupas de manga compridas e evitar viagens para áreas mais atingidas são medidas de prevenção necessárias para todas as mulheres grávidas ou que desejam engravidar. As recomendações contra o mosquito já conhecemos da luta contra a dengue, e agora devem ser obedecidas com muito mais rigor.

Zika vírus

É um arbovírus (do gênero flavivírus), ou seja, costuma ser transmitido por um artrópode, que pode ser um carrapato, mas normalmente é um tipo de mosquito.

No caso do zika, ele é transmitido por um mosquito do gênero Aedes, como o Aedes aegypti, que também causa a dengue.

Período de incubação do vírus

O tempo de incubação tende a oscilar entre 3 e 12 dias. Após esse período surgem os primeiros sintomas. No entanto, a infecção também pode ocorrer sem o surgimento de sintomas. A maioria dos pacientes se recupera, sendo que a taxa de hospitalização costuma ser baixa.

Sintomas da infecção por Zika vírus

A maioria dos casos não parece sintomas. Mas, Inicialmente, os sintomas podem ser confundidos com uma simples gripe, provocando:

  • Manchas avermelhadas na pele;

  • Febre, entre 37,8°C e 38,5°C;

  • Dor nas articulações, principalmente das mãos e pés;

  • Dor nos músculos do corpo;

  • Dor de cabeça, que se localiza principalmente atrás dos olhos.

  • Dor abdominal

  • Diarreia

  • Conjuntivite

  • Pequenas úlceras na mucosa oral.

Tratamento

Não há uma vacina, nem um tratamento específico para o zika vírus, apenas medidas para aliviar os sintomas, como repouso e tomar analgésicos, como paracetamol, para controlar a febre. O uso de aspirina não é recomendado por causa do risco de sangramento.

Também se aconselha beber muito líquido para amenizar o mal-estar. Um médico deve ser procurado assim que os primeiros sintomas surgirem.

Prevenção

Como a transmissão ocorre pela picada do mosquito, recomenda-se o uso de mosquiteiros com inseticidas, além da instalação de telas.

Também deve-se utilizar repelentes. Os dois principais disponíveis no Brasil e considerados seguros para grávidas são:

  • Icaridina na concentração de 20 a 25% (Exposis) – é o repelente de maior duração na pele – aproximadamente 10 horas de proteção;

  • DEET na concentração de até 15% (OFF; Repelex) – confere proteção por 6 horas.

Cuidados

  • Não deixe água limpa se acumular em sua casa ou quintal. Isso inclui vasos de plantas, móveis e enfeites em áreas externas. Fique de olho em poças d`água que se formam após a chuva.

  • Use roupas claras, e, de preferência, mangas e calças longas.

  • Mesmo que você tenha parceiro fixo e toda a confiança na relação de vocês, use preservativos para evitar a contaminação por via sexual.

  • Passe repelente contra insetos, inclusive por cima da roupa, para aumentar a proteção. Reaplique a cada seis horas

Problemas na Gravidez

Não se sabe ainda em que fase da gravidez o vírus zika é mais perigoso para o bebê, mas os três primeiros meses é sempre o período mais crítico, porque os órgãos estão em formação. A única alteração até o momento relacionada a infecção é a microcefalia, porém há possibilidade de acometimento em outros orgãos.

- O melhor é não engravidar?

Não necessariamente. No geral, a orientação é de que essa decisão seja tomada pela mulher junto com o médico e a família. Um dos pontos que deve ser levado em consideração é a idade da futura mãe. Para mulheres acima de 35 anos, adiar por um ou dois anos as tentativas para engravidar pode significar reduzir, em muito, as chances de uma gestação.

- Cuidados durante a gestação

Como o Zika é transmitido da mesma forma que a dengue, os cuidados para evitar a doença são os mesmos. Não viajar para áreas endêmicas de Zika ou com uma grande proliferação de mosquitos Aedes aegypti – normalmente são cidades com muitos casos de dengue. Também tome medidas para evitar o mosquito. Mantenha portas e janelas fechadas ou teladas, use calça e camisa de manga comprida – de preferência de cor clara – e utilize repelentes permitidos para gestantes. Elimine os pontos de água parada em casa e, se possível, em áreas vizinhas. Também evite ficar próxima de pessoas com os sintomas do Zika: febre, dores no corpo, olhos vermelhos e manchas vermelhas que coçam muito.

O Ministério da Saúde ainda não tem todas as informações sobre o Zika e como ele age no organismo de gestante e dos bebês. De qualquer forma, tudo indica que uma contaminação nos três primeiros de gestação – momento em que as estruturas neurológicas estão sendo formadas – seja o mais arriscado.


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